Consumidor é indenizado por consumir coca-cola com prego
A 10ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo condenou uma indústria de bebidas a pagar R$ 5 mil de indenização por danos morais a consumidor que bebeu um refrigerante e, logo após, teria visto que havia um prego enferrujado dentro da garrafa. O autor alegava que a bebida estava contaminada por resíduos do prego que sofreu oxidação, causando-lhe náuseas.
O relator do recurso, desembargador Coelho Mendes, afirmou que, apesar da prova pericial não
detectar se o prego estava na garrafa ou se foi inserido posteriormente, há depoimentos das
testemunhas que afirmaram com certeza que o objeto já estava no recipiente. Também explica
que não há, entre os documentos anexados ao processo, qualquer elemento que indicasse a
ocorrência de fraude.
“O sentimento de repugnância e o receio de risco à saúde, narrados pelo autor ao deparar-se
com um objeto estranho no refrigerante que havia acabado de beber, certamente dá ensejo
ao aventado dano moral, além da ocorrência de quebra ao princípio da confiança, que deve
reger as relações de consumo, circunstâncias que justificam a indenização pleiteada”, disse Mendes.
O magistrado ainda destacou que “a responsabilidade da apelada é objetiva, não havendo
necessidade de se discutir se agiu ou não com culpa, e, baseia-se na teoria do risco
do negócio, especialmente por manipular gêneros alimentícios deveria ter um maior grau
de zelo, o que não ocorreu”.
Participaram do julgamento, que teve votação unânime, os desembargadores Roberto Maia
e João Batista Vilhena.
Apelação nº 0288472-81.2009.8.26.0000
Fonte: TJSP
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